Como jogar

Almejar 2030 é um jogo de argumentação em que os jogadores representam papeis sociais no contexto de uma atividade económica promotora de desenvolvimento, mas simultaneamente desencadeadora de atrito social. O jogo desenrola-se em três etapas.

Explicação simplificada

Etapa 1 - ONLINE - Sorteio dos papeis que representam as partes numa situação de litígio social e os papeis dos terceiros imparciais que auxiliarão na busca da sustentabilidade

Ação 1: Fazer girar a RODA 1 tantas vezes como o número de jogadores ou grupos de jogadores para ir gerando aleatoriamente os papeis sociais que participarão no debate. Haverá no mínimo 3 papeis diferentes e no máximo 9 papeis, que serão representados por jogadores individuais ou grupos de jogadores.

Ação 2: Fazer girar a RODA 2 para sortear um papel especial: o do terceiro imparcial que facilitará a o debate argumentativo entre as partes envolvidas no litígio. Este papel poderá ser representado por um jogador ou por um grupo de jogadores.

Ação 3: Fazer girar a RODA 3 para gerar aleatoriamente um cenário que representa a situação de atrito social em torno do qual se desenvolverá o debate argumentativo em busca da sustentabilidade.

Etapa 2 - OFFLINE - Preparação do debate e decurso da discussão argumentativa

Ação 4: Os grupos conversam internamente, pesquisam informação ou pedem esclarecimentos para preparação da argumentação que irão usar no debate.

Ação 5: Dá-se início à discussão oral e o relógio começa a contar 30 minutos, se forem poucas partes, ou 60 minutos, se forem muitas. As partes intervêm sucessivamente durante períodos de tempo iguais (cerca de 5 minutos), apresentando os seus argumentos e as suas pretensões, sob a orientação ou perante o olhar atento do terceiro imparcial que tentará apoiar a formação de consensos ou a aceitação de concessões mútuas na busca da sustentabilidade. O terceiro imparcial adota uma postura mais ou menos interventora, consoante o seu papel (juiz, mediador, conciliador, árbitro).


Etapa 3 - ONLINE - Sorteio de um evento catastrófico aleatório

Ação 6: Após 30 minutos de discussão cronometrada fazer girar a RODA 4 para gerar aleatoriamente um evento catastrófico que influencia a posição e a argumentação das partes no debate subsequente.

Etapa 4 - OFFLINE - Continuação do debate pós-catástrofe e chegada a uma situação mais sustentável

Ação 7: A discussão prossegue durante 30 minutos pela mesma ordem, incorporando novos argumentos no debate, procurando adequar os consensos ou as soluções aceitáveis à nova situação.

Ação 8: O terceiro imparcial redigirá, com o auxílio das partes, um documento que cristalize os consensos gerados, as concessões negociadas, as prestações mutuamente aceites pelas partes no litígio ou a sentença judicial ou arbitral.


Etapa 5 - OFFLINE - Avaliação final

Os participantes podem dar a sua opinião sobre o que correu bem e menos bem no debate.

Explicação detalhada

Idealmente deverá haver entre 3 e 9 "partes no conflito" diferentes. Em grupos médios (10-30), os participantes poderão ser organizados em grupos (de 2 a 4) de representantes da mesma parte no conflito, que participa através de um porta-voz/advogado. Outros participantes assumirão o papel de juiz, ou de conciliador, ou de mediador. Em grupos grandes (30-50 participantes) poderá ser constituído um júri coletivo que no final poderá pronunciar-se sobre a validade, fundamentação e coerência dos argumentos e a relevância dos interesses auxiliando o papel do juiz (individual ou coletivo), conciliador ou mediador, contribuindo para a construção da solução sustentável.

Fase 1. Construção de argumentos:

Os participantes têm um pequeno período de tempo para organizar uma retórica argumentativa, sempre que possível convocando normas ou princípios de direito positivo, nacional, internacional ou europeu, bem como jurisprudência, para defesa dos interesses do grupo que representam. Pela distribuição natural dos papeis, alguns terão uma postura mais positiva e outros mais negativa relativamente à atividade em causa.

Fase 2. Primeira ronda de debate conciliatório:

As partes no conflito apresentam oralmente os seus argumentos, de forma sintética e concisa, através de discursos que se sucedem em ordem aleatória. Podem ser admitidas réplicas ou tréplicas em função do número de partes e do tempo total disponível. Os estudantes com o papel de juiz (individual ou coletivo), conciliador ou mediador podem assumir uma atitude mais ou menos ativa em função do seu papel. As partes podem desenvolver estratégias de defesa ou ataque conforme considerem mais adequado ao sucesso das suas pretensões.

Fase 3. Evento catastrófico:

Após a primeira ronda de debate ocorre um evento catastrófico. Os efeitos sociais, económicos e ambientais do evento catastrófico, bem como o enquadramento jurídico no direito interno, europeu e internacional são explicados de forma breve. Os eventos catastróficos podem agudizar as vulnerabilidades e agravar o conflito ou, pelo contrário, podem relativizar os confrontos e gerar inesperadas solidariedades e colaboração entre partes.

Fase 4. Segunda ronda de debate conciliatório:

As partes reagem ao evento catastrófico voltando a apresentar oralmente argumentos em defesa dos seus direitos e interesses à luz do novo cenário de catástrofe. Os discursos sucedem-se agora pela ordem inversa. Podem ser admitidas réplicas ou tréplicas em função do número de partes e do tempo total disponível. As partes podem mudar a sua estratégia, passando da defesa ao ataque ou vice-versa. Nesta fase podem ser celebradas alianças, acordos ou associações entre as partes em função da estratégia que tenham delineado.

Fase 5. (opcional) Síntese final (10-20 minutos):

Dependendo do tempo disponível esta fase pode ocorrer imediatamente após o fim do debate ou ser desenvolvida após o jogo. Os participantes como os papeis de juiz (individual ou coletivo), conciliador ou mediador, produzirão e farão a leitura oral de:

a) uma sentença/acórdão judicial, ou

b) uma decisão arbitral, ou

c) um acordo de conciliação multilateral ou

d) um termo de entendimento das partes

que reflita as legítimas preocupações dos representantes, as medidas necessárias a adotar futuramente para salvaguardar direitos e interesses e a distribuição justa de benefícios e encargos. Alternativamente, se a síntese final for feita como trabalho a desenvolver em casa, será objeto de apresentação e discussão no início da aula seguinte ou então através de uma plataforma de partilha e de sondagem de opinião como slido.com.